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domingo, 15 de agosto de 2010

Angelolatria no meio Cristão

A mania angélica no meio evangélico

“Quando cheguei neste culto, vi anjos nesse templo com brasas de fogo nas mãos”, disse o pregador. A congregação exaltada gritava: “Glórias a Deus, Aleluia” e outros começavam a “marchar ou dançar no espírito”. Esse culto foi, para a maioria dos que ali estavam, uma maravilhosa reunião. O grande problema é que o “pregador”, na verdade, era um bandido que chegou a se relacionar com jovens na igreja de maneira devassa e pervertida. A igreja que amou o pregador angélico, entrou em crise mediante esse fato. Lembrando que essa história é verídica!
O que faz um falso pregador, “derramar fogo em uma igreja”, sendo ele um ímpio pervertido? A questão é que esse falso profeta sabia que muitos evangélicos ficam animados diante de um culto onde os anjos são o centro. Muitos “animadores de auditório”, que não chegam a ser maus caráter com o caso citado acima, estão comprometidos com um evangelho estranho as Escrituras. São pessoas que enfatizam anjos, tirando a primazia de Cristo no culto.
Hoje, a angelomania é muito presente na comunidade evangélica. São cadeiras reservadas para anjos, são constantes visitas do arcanjo Miguel, e há recados transmitidos pelo anjos com várias revelações. Há músicas que as letras dizem seres os anjos, os agentes do Batismo no Espírito Santo e ainda aqueles que promovem a cura divina; haveria aberração maior do que essa? Seria essas práticas bíblicas? O apóstolo Paulo já alertava: “Ninguém vos domine a seu bel-prazer, com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão”(Cl 2.18). O culto deve ser cristocêntrico, mas nunca angelocêntrico ou antropocêntrico. Seria o homem ou os anjos o objeto de louvor no culto cristão? Não é preciso nem responder!
O escritor aos Hebreus lembra que os anjos “são espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação”(1.14). Isso quer dizer que os anjos são criaturas que servem os salvos quando enviados por Deus, isso mediante as várias situações que o Senhor livra os seus servos. Essa é a missão dos anjos na atualidade. Os anjos não foram convocados para “derramar brasas de fogo em reunião pentecostal”, muito menos promover revelações ou batizarem alguém no Espírito Santo. Quem derrama do Seu poder na igreja é o Espírito Santo e que batiza é Jesus Cristo. As revelações são frutos do “dons da palavra do conhecimento”, que nunca contradizem ou acrescentam algo as Escrituras.
Nesse artigo, há o destaque de duas práticas presentes no meio evangélico, que tornam o culto angelocêntrico (anjos no centro) e antropocêntricos (os homens no centro).

a) invocar a presença de anjos no ambiente de culto.
É comum pessoas orarem pedindo que Deus coloque um anjo na porta da igreja, um arcanjo no púlpito e outro anjo na casa do crente. Essa prática enfatiza papéis que não são angélicos, como ser segurança pessoal de um super-pregador. Essa idéia remete a doutrina pagã de anjo-guia ou anjo-da-guarda. Quem guia o cristão é o Espírito Santo e é Deus quem guarda o crente, usando para isso anjos ou não! Invocar a presença de anjos é desnecessário e torna o culto angélico. O pastor e teólogo assembleiano Elinaldo Renovato lembra:

Não existe base bíblica para se afirmar que eles (os anjos) estão por aí, a dirigir culto e revelar “segredos” de Deus. Toda a revelação necessária e suficiente para que o homem e a Igreja saibam como relacionarem-se com Deus já nos foi transmitida através das Sagradas Escrituras

E ainda Renovato alerta:

Há igrejas evangélicas, inclusive, com o nome de Assembléia de Deus, em que se pratica um verdadeiro “culto a anjos”. Em tais ambientes, as pessoas estão mais voltadas para os anjos do que para Jesus. Há pregadores que só iniciam a pregação depois de pedir que os anjos se postem a seu lado. Isso á apostasia dos tempos pós-modernos. E há muitos cristãos que estão se afastando dos verdadeiros princípios da ortodoxia bíblica, encantados com esses movimentos

Esse desejo de ter anjos ao redor do púlpito, quando o grande pregador está ministrando, traz uma idéia de um ser acima dos demais, um “ungido do Senhor”, realçando o pregador com o centro das atenções. Um fato interessante é que os angelomaníacos se apresentam como grandes ungidos de Deus, servos “humildes” do Deus Altíssimo, quando isso não passa de falsa modéstia. O jornalista e teólogo pentecostal Silas Daniel leciona:

Ainda hoje, os angelólatras se apresentam como pessoas avivadas, espirituais, santas, humildes, mas na verdade estão, como afirmou o apóstolo, embriagados por uma compreensão carnal

Haveria sentimento mais mundano do que tirar a centralidade de Cristo, para se tornar um espetáculo vivo? Haveria carnalidade maior do que mentir nos púlpitos, dizendo que estão recebendo recados de anjos? Nada de espirituais, mas os angelomaníacos não passam de crentes carnais.

b) anjos promotores de “avivamentos”.


Ouriel de Jesus, um pastor brasileiro que pregando nossa revelações diretas do céu, diz que a sua igreja promoverá ou está promovendo o último avivamento da história. Mais modesto impossível! O seu livro, fruto de vários contatos nos céus é o Triunfo Eterno da Igreja. Esse livro é um grande divulgador da doutrina de centralidade angélica. São anjos promotores de “avivamentos”. Sua igreja, que foi excluída da CGADB(Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil) tem até corografias dirigidas por anjos. Como escreveu o pastor Waldomiro Francisco: “Como seu Consolador, é o Espírito Santo quem a vivifica (a igreja); não existe avivamento por seres angelicais, o que não passa de uma heresia”4.
Todo cuidado é pouco, diante de tantos modismos angélicos no seio da igreja evangélica, o cristão não deve correr atrás de movimentos, mas sim se solidificar na Palavra de Deus.

Referências Bibliográficas:

01- RENOVATO, Elinaldo. Colossenses. Lições Bíblicas, Rio de Janeiro, p. 52, 3. trimestre de 2004.

02-________. Perigos da Pós-Modernidade. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. p. 17 e 18.

03- DANIEL, Silas. A moda do culto aos anjos: conheça a gênese da angelolatria e a verdadeira função dos anjos. Resposta Fiel, Rio de Janeiro, Ano 2, n. 06, p. 25 , Dez-Jan-Fev/2003.

04- FRANCISCO, Waldomiro. A Doutrina dos Anjos e Demônios. 2 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 33.

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